15 de abril de 2016

Custos, quais as consequências do erro?

Em resumo, a contabilidade de custos foi constituída devido ao surgimento das indústrias em meio ao mercado. Com a finalidade de controlar de modo mais eficiente tudo que fosse necessário registrar para uso fabril. No transcorrer do tempo tornou-se peça gerencial fundamental de controle e tomada de decisão.
Existem motivos pelos quais esses critérios e conceitos devem ser adotados com extrema responsabilidade e cautela. É o que veremos a seguir.
Hoje, principalmente nas empresas de pequeno porte e microempresas, é evidente a dificuldade dos administradores e gestores das sociedades em controlar as informações de custeio. O ponto que se mostra mais “complicado” ao entendimento para aplicabilidade, é a diferenciação dos conceitos de custo e despesa.
A despesa se trata de gastos da entidade sem envolvimento direto aos bens e serviços criados para futura obtenção de receitas, independentemente da existência ou não do processo produtivo no período. O salário da administração é um gasto que não tem vínculo produtivo, portanto trata-se de uma despesa.
Por sua vez, o custo faz parte da composição dos produtos produzidos para faturamento. Esses itens são ativados no estoque do Balanço Patrimonial e, posteriormente, deduzirão os resultados da entidade. O mais conhecido deles é a matéria-prima, presente nas transformações do produto para venda.
Por que é tão importante segregar os custos das despesas? Qual o impacto?
Surgem algumas consequências graves no que tange a “má interpretação” dos itens alocados (gastos) nos custos e despesas. Em avaliação, elenquei as situações mais importantes e de fácil identificação a vista dos usuários da informação.
1) Imposto sobre o resultado: Num cenário empresarial regido pelo regime do lucro real, por exemplo, a apropriação dos custos de um determinado produto que ainda não foi consumado em receita, como salários da fábrica, matéria-prima, materiais auxiliares dentre outros, afetará o resultado realizado pela empresa, por consequência o LAIR (Lucro Antes do Imposto de Renda), em seguida a apuração e pagamento do tributo.
2) Reconhecimento desproporcional do custo: Quando uma empresa comete tal erro, outro item que se mostra aparente é na comparação dos custos x receitas. Nesta análise, com uma baixa sobre itens ainda em estoque, será evidente que o custo está alto em relação à receita no Demonstrativo de Resultado em um determinado período, em contrapartida pode existir uma receita muito superior ao seu custo no período subsequente em função da baixa “antecipada” de forma incorreta.
3) Viabilidade: Um controle de custos mal executado, ocasiona uma inconsistência quando se trata de gerenciamento dos custos unitários de cada produto separadamente. Muitas vezes esta análise dita à viabilidade de cada produto na empresa. Uma informação distorcida pode interferir no julgamento desses números.
4) Análises: No âmbito gerencial, o não cumprimento das normatizações contábeis a respeito das composições de custos, incapacitarão os gestores de uma boa avaliação dos resultados da entidade passo-a-passo, através dos indicadores. Prazo médio de estocagem, índices de liquidez, rentabilidade, análises de composição e evolução de contas patrimoniais e de resultado, criando “alterações” nos dados que geram informação e posteriormente na tomada de decisão.
A atenção a ser tomada sobre esse tema é tão importante, mas ao mesmo tempo complexa e pouco aplicada por empresas menores, que muitas vezes a impressão é de que não existirá melhora na mudança organizacional e sim, apenas “mais trabalho” aos administradores da sociedade. No entanto, é possível através desses pequenos tópicos já mencionados, perceber a melhor transparência e qualidade das informações que a empresa trará aos seus stakeholders.



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