Em resumo, a contabilidade
de custos foi constituída devido ao surgimento das indústrias em meio ao mercado.
Com a finalidade de controlar de modo mais eficiente tudo que fosse
necessário registrar para uso fabril. No transcorrer do tempo tornou-se
peça gerencial fundamental de controle e tomada de decisão.
Existem
motivos pelos quais esses critérios e conceitos devem ser adotados com extrema
responsabilidade e cautela. É o que veremos a seguir.
Hoje,
principalmente nas empresas de pequeno porte e microempresas, é evidente a dificuldade dos
administradores e gestores das sociedades em controlar as informações de
custeio. O ponto que se mostra mais “complicado” ao entendimento para
aplicabilidade, é a diferenciação dos conceitos de custo e despesa.
A despesa se
trata de gastos da entidade sem envolvimento direto aos bens e serviços
criados para futura obtenção de receitas, independentemente da existência
ou não do processo produtivo no período. O salário da administração é um gasto
que não tem vínculo produtivo, portanto trata-se de uma despesa.
Por sua vez,
o custo faz parte da composição dos produtos produzidos para
faturamento. Esses itens são ativados no estoque do Balanço Patrimonial e,
posteriormente, deduzirão os resultados da entidade. O mais conhecido deles é a
matéria-prima, presente nas transformações do produto para venda.
Por que é
tão importante segregar os custos das despesas? Qual o impacto?
Surgem
algumas consequências graves no que tange a “má interpretação” dos
itens alocados (gastos) nos custos e despesas. Em avaliação, elenquei as
situações mais importantes e de fácil identificação a vista dos usuários da
informação.
1) Imposto
sobre o resultado: Num cenário empresarial regido pelo regime do lucro
real, por exemplo, a apropriação dos custos de um determinado produto que ainda
não foi consumado em receita, como salários da fábrica, matéria-prima,
materiais auxiliares dentre outros, afetará o resultado realizado pela empresa,
por consequência o LAIR (Lucro Antes do Imposto de Renda), em seguida a
apuração e pagamento do tributo.
2)
Reconhecimento desproporcional do custo: Quando uma empresa comete tal
erro, outro item que se mostra aparente é na comparação dos custos x receitas.
Nesta análise, com uma baixa sobre itens ainda em estoque, será evidente que o
custo está alto em relação à receita no Demonstrativo de Resultado em um
determinado período, em contrapartida pode existir uma receita muito superior
ao seu custo no período subsequente em função da baixa “antecipada” de
forma incorreta.
3)
Viabilidade: Um controle de custos mal executado, ocasiona uma
inconsistência quando se trata de gerenciamento dos custos unitários de cada
produto separadamente. Muitas vezes esta análise dita à viabilidade de cada
produto na empresa. Uma informação distorcida pode interferir no julgamento
desses números.
4) Análises: No
âmbito gerencial, o não cumprimento das normatizações contábeis a respeito das
composições de custos, incapacitarão os gestores de uma boa avaliação dos
resultados da entidade passo-a-passo, através dos indicadores. Prazo médio de
estocagem, índices de liquidez, rentabilidade, análises de composição e
evolução de contas patrimoniais e de resultado, criando “alterações” nos dados
que geram informação e posteriormente na tomada de decisão.
A atenção a
ser tomada sobre esse tema é tão importante, mas ao mesmo tempo complexa e
pouco aplicada por empresas menores, que muitas vezes a impressão é de que não
existirá melhora na mudança organizacional e sim, apenas “mais trabalho” aos
administradores da sociedade. No entanto, é possível através desses pequenos
tópicos já mencionados, perceber a melhor transparência e qualidade das
informações que a empresa trará aos seus stakeholders.
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